07
Jan 09

O jornal britânico The Independent traz hoje um artigo sobre a casa da Joanne Harris que reproduzo em baixo.

 

Joanne Harris, autora de Chocolate, adora morar no campo: tem o silêncio de que precisa para escrever e pode fazer uma enorme barulheira sem que os vizinhos se queixem.

 

Não gosto de cidades: do corrupio constante e das grandes multidões. Moro actualmente na mesma zona rural onde cresci, e não consigo imaginar outro lugar para viver. Há uma grande diversidade de pessoas na aldeia, que tem o tamanho ideal. Tem algumas lojas e comodidades: um posto dos correios e um pequeno supermercado, para não ter de me afastar muito, mas também temos a consciência de que estamos no meio de nada.

 

Apaixonei-me pela casa devido ao seu espaço exterior; tem à sua volta um terreno de 5 acres, incluindo um jardim japonês com uma cascata, pequenos lagos, pomares, uma horta, um jardim e um pequeno bosque nas traseiras. Para alguém habituada a morar em frente à rua, sabe bem ter finalmente uma barreira a separar do resto do mundo. Tenho uma estufa para onde levo o meu computador portátil para poder trabalhar, rodeada de um grande número de canafístulas – é um dos sítios onde mais gosto de estar.

 

Mudamo-nos para aqui durante a época natalícia, e não era nem quente, nem confortável ou seco. Quando a comprámos, a casa era o resultado de décadas de negligência. Havia baldes estrategicamente colocados em todo o lado. Esteticamente, não estava num estado chocante, mas ainda tinha uma instalação eléctrica do período vitoriano e uma canalização antiquada. Demorou uma eternidade para termos o básico – quando o nosso electricista começa a enviar postais de aniversário à nossa filha, apercebemo-nos de que as obras já se arrastam há muito tempo.

 

Visto de fora a casa parece ser muito maior do que na realidade é. Lá dentro está um bocado desarrumada. Comecei a coleccionar pinturas há pouco tempo, por isso temos um retrato da nossa filha no quarto principal e alguns objectos bonitos espalhados pela casa. O meu marido é muito mais arrumado do que eu. Tenho uma tendência para acumular lixo, mas apenas no espaço confinado à minha biblioteca/estúdio, não cobrindo todas as superfícies. Gosto de pensar nisso como lixo criativo.

 

publicado por Rita Mello às 17:14

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