10
Abr 13

O site Clube da Leitura (www.clubedaleitura.com), em parceria com a Livraria LeYa na Buchholz, está a organizar mais um encontro para conversar sobre um livro. Desta vez o livro é O Aroma das Especiarias, de Joanne Harris.
O site Clube da Leitura é o primeiro site social português sobre livros e criação de comunidades de leituras. Desde 2010 promove, através das novas tecnologias, a possibilidade dos interessados na leitura criarem o seu grupo de leitura, para entre amigos conversarem sobre os livros.
E é isso que no dia 30 de abril, terça-feira, iremos fazer! Conversar entre amigos sobre o livro da autora bestseller Joanne Harris, O Aroma das Especiarias. Junte-se a nós!
Para comparecer por favor confirme a sua presença no Facebook aqui
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publicado por Rita Mello às 17:30

18
Out 12

publicado por Rita Mello às 14:06

09
Out 12

Como foi regressar a Lansquenet?

Tal como Vianne, também eu estive relutante em regressar. Tal como Vianne, eu estava dividida entre o meu desejo de explorar novos lugares e o sentimento de que tinha deixado algo de importante para trás. No final, foi surpreendentemente fácil. Tinha medo que se tivesse tornado irreconhecível, o que me teria deixado triste, mas de alguma forma também teria ficado insatisfeita se não tivesse mudado nada. Em Chocolate, eu retratei um tipo de comunidade francesa rural e isolada que sofrera poucas mudanças nos últimos cinquenta anos; em O Aroma das Especiarias eu queria mostrar o efeito da mudança naquela comunidade. Foi por isso que introduzi outro grupo étnico em Lansquenet – uma ocorrência pouco usual no Sudoeste rural – para explorar as formas como duas culturas bastante distintas podem interagir (ou não) num cenário tão tradicional.

Quando é que a história se desenrola exatamente?

Chocolate era de alguma forma intemporal, podia se ter passado em qualquer época. Os Sapatos de Rebuçado, com Paris como cenário, era inevitavelmente passado na atualidade. O Aroma das Especiarias desenrola-se num período específico: o Ramadão, em agosto de 2010, pouco antes de o governo francês proibir o véu islâmico.

Não é um bocado arriscado escrever sobre o islão hoje em dia?

O Aroma das Especiarias não é sobre o islão, tal como Chocolate não era sobre o catolicismo. Ambas as histórias são sobre intolerância, preconceito, xenofobia e sobre o modo como a religião pode ser usada para reforçar isso.

De onde lhe surgiu a ideia?

Eu vivo numa cidade com uma população muçulmana substancial. E reparei no número crescente de jovens a usar o niqab. Falei com algumas delas sobre os seus motivos e recebi respostas muito distintas, desde: “Porque o meu marido quer que o faça”, “Porque não quero falar com ninguém que não conheça”, “Porque tenho o direito de o fazer”. Ao mesmo tempo, a França estava a preparar-se para banir totalmente o véu (até os lenços de cabeça foram banidos na escola). Na altura pareceu-me fazer bastante sentido trazer este assunto para Lansquenet.

Fala-se muito sobre o uso do niqab no seu livro. Porquê?

Porque acho esse assunto interessante. Por um lado é uma forte imagem de isolamento, por outro lado é um pedaço muito pequeno de tecido que causa enorme controvérsia. O véu significa muita coisa para muitas pessoas ao longo dos anos: um símbolo de opressão, um sinal de devoção, uma bandeira de protesto político. Em França, um país que tem bastante orgulho nos seus ideais de liberdade e igualdade, foi banido. E eu estou interessada nas razões.

Acha que deve ser banido?

Preferia que as mulheres não usassem o véu, mas não tenho a certeza se a legislação é capaz de abordar os motivos complexos que o rodeiam, que se tornaram políticos, em vez de simplesmente religiosos. Não acho que a política e a religião se devam misturar. Desconfio de toda a gente que usa a religião como parte da sua agenda política.

Em Chocolate, o padre é o mau da fita. Em O Aroma das Especiarias, ele é quase o herói. Porquê?

Eu sempre pensei em Francis Reynaud mais como uma figura incompreendida do que como mau. Ele tem imensos defeitos: é intolerante, crítico e arrogante – mas sempre fez o que achou melhor segundo os seus princípios. Mas, tal como Vianne, em Os Sapatos de Rebuçado, Reynaud tem uma jornada a percorrer e, de certo modo, O Aroma das Especiarias é a sua história.

E Vianne?

Também é a história dela. Sempre achei que Vianne e Reynaud tinham mais em comum do que sabiam. Muitos leitores de Chocolate assumiram logo um retrato a preto e branco dos dois protagonistas. Acho que vão ter de reavaliar as suas opiniões.

Revisita outras personagens de Chocolate neste livro?

Sim. Desde Chocolate que fiquei preocupada com o facto de ter deixado muitas coisas por resolver – especialmente a relação entre Joséphine e Roux. Em O Aroma a Especiarias, algumas dessas questões são respondidas. Nem todas, mas a vida é mesmo assim…

E Inès Bencharki? Fale um bocado sobre ela.

A mulher no seio dos problemas atuais de Lansquenet tem algumas semelhanças com a própria Vianne. Tal como Vianne, ela é uma mulher solteira com uma filha jovem. Tal como Vianne, ela muda-se para a casa em frente à igreja e entra em conflito com o curé. Mas, ao contrário de Vianne, Inès é ferozmente reservada, mesmo em relação à sua própria comunidade de Les Maurads. Escondida sob o véu preto ela é impermeável a boatos, hostilidade e ofertas de amizade. Nem mesmo a magia de Vianne – e os seus chocolates – tem poder sobre ela.

Então, Vianne encontrou finalmente uma rival à altura?

Em todos estes livros, os principais adversários de Vianne têm algumas características dela. Em Chocolate, ela tinha de enfrentar o espectro dos Homens de Preto, um medo de infância personificado por Francis Reynaud. Em Os Sapatos de Rebuçado, era o espectro de Zozie de l’Alba, uma imagem do que Vianne poderia ter sido se não tivesse tido as filhas. Em O Aroma das Especiarias, Vianne terá de confrontar os seus receios e o seu preconceito…

Porque se passa o livro durante o Ramadão?

Em parte porque gosto dos paralelos com Chocolate, que se passava durante a Quaresma. A relação entre jejum e banquetes é complexa e eu queria revisitar a idea através de uma perspetiva diferente.

Foi um desafio escrever sobre uma cultura diferente?

É sempre um desafio, mas não acho que seja tanto sobre escrever sobre uma cultura em particular mas mais sobre perceber o que as pessoas acham importante. O meu ponto de partida é a comida, mas a comida como reflexo do que as pessoas sentem e como se relacionam uns com os outros, mais do que uma coleção de receitas.

Há muita sensualidade neste livro. Foi deliberado?

Na verdade não planeio estas coisas. Mas gosto que uma história seja uma experiência completa, o que significa que gosto de explorar sabores, aromas e sensações, bem como sons e impressões visuais.

E a magia? Há lugar para a magia num livro passado nos tempos atuais?

Sem dúvida. Até acho que nunca precisamos tanto de magia. Mas a minha magia nunca foi pirotécnica. É a magia do dia a dia, que é mais sobre mudança do que outra coisa – isto é, mudar o mundo à nossa volta, um passo de cada vez, bem como mudar a forma como os outros nos veem, que é o género de magia a que todos temos acesso…

publicado por Rita Mello às 10:40

01
Out 12

 

 

O Aroma das Especiarias, o novo volume da saga Chocolate, de Joanne Harris, continua a sua caminhada nos tops de livros mais vendidos em Portugal, encontrando-se em 4.º no Auchan e na LeYaOnline, 6.º na Sonae, 7.º na FNAC e Bulhosa, e 9.º no El Corte Inglés.

Nunca Digas Adeus, o mais recente romance de Lesley Pearse, está em 7.º no Pingo Doce, 8.º no Auchan e 9.º na Sonae.

publicado por Rita Mello às 14:42

25
Set 12


Que atriz desempenhou o papel de Vianne Rocher na adaptação para o cinema de Chocolate?

Resposta certa: Juliette Binoche

Vencedora: Raquel Sofia Lima Martins

publicado por Rita Mello às 16:57

20
Set 12

 

 

O Aroma das Especiarias, o novo volume da saga Chocolate, de Joanne Harris, entrou diretamente para o 5.º lugar do top de livros mais vendidos da FNAC e para o 10.º lugar do top Sonae, que conta ainda com Nunca Digas Adeus, de Lesley Pearse, no 7.º lugar.

publicado por Rita Mello às 10:39

18
Set 12

 


Aos 2000 fãs cujo apoio tem sido essencial para fazer deste Chocolate um bálsamo para a Alma, a equipa da ASA agradece do fundo do coração e convida a participar no novo passatempo de O Aroma das Especiarias, de Joanne Harris. Foram tantas as participações que não queremos deixar de dar uma nova oportunidade ao fãs da autora!

Veja como participar no blogue Chocolate para a Alma.

publicado por Rita Mello às 14:01

13
Set 12

 

Que livros constituem com O Aroma das Especiarias a trilogia Chocolate?

Vencedores:

9 – Daniela Mirante

77 – Marieli Inês da Costa

234 – Liliana Cristina Moutinho da Costa


Parabéns aos vencedores e obrigada a todos os participantes!

publicado por Rita Mello às 15:30

10
Set 12

Uma das coisas que a escrita me ensinou é que a ficção tem vida própria. Os lugares ficcionais são muitas vezes mais reais do que a vista a partir da janela do quarto. As personagens ficcionais podem às vezes se tornar tão chegadas quanto as pessoas que mais estimamos. Eu lembro-me da primeira vez em que me apercebi disto, aos dez anos, ao ler O Deus das Moscas, quando chorei por causa da morte ficcional de um rapaz ficcional num lugar ficcional. Tinha sido porque o autor fora capaz de tornar aquilo real, real o suficiente para se acreditar. Foi nesse momento que, no meu íntimo, eu soube que queria ser mais do que um dedo numa página, a seguir as linhas impressas. Eu queria conduzir a máquina dos sonhos. Mais do que isso, eu queria ser dona dela.

Mas a máquina dos sonhos tem por hábito tomar ela própria as rédeas. Em 2000, o meu livro Chocolate, uma história engraçada sobre uma mulher chamada Vianne Rocher, a sua filha Anouk e a chocolataria delas tornou-se com alguma surpresa num sucesso de passa a palavra e depois num filme nomeado para um Óscar. Subitamente era um grande sucesso. As minhas palavras foram traduzidas para mais de cinquenta línguas, as minhas personagens tornaram-se conhecidas em todo o mundo e, em todo o lado, as pessoas tentavam descobrir a aldeia (ficcional) onde elas moravam.

Desde então tenho recebido uma avalancha de cartas de leitores a anunciar que tinham encontrado Lansquenet-sous-Tannes, ou até mesmo visitado a chocolataria de Vianne. Diversas aldeias no Sudoeste de França reinvindicam ser a “verdadeira” Lansquenet, algumas chegam mesmo a colocar cartazes a anunciar isso a turistas. Um fã japonês estava convencido de que Lansquenet era na verdade a sua aldeia e de que eu vivia secretamente lá, observando-o a ele e aos seus vizinhos.

O que tinha Lansquenet para conquistar os corações de tantos leitores? Mesmo agora, não faço ideia. Está para além do amor que tantos britânicos têm por França: o gosto pela comida francesa e pelo vinho; o charme do Sudoeste rural. Talvez seja uma nostalgia partilhada por um tempo maioritariamente ficcional, ou talvez alguns leitores se reconheçam de algum modo nas personagens da minha história.

publicado por Rita Mello às 10:30

07
Set 12
publicado por Rita Mello às 14:30

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