16
Fev 09

“Um livro assim mesmo: mágico.

Que fala sobre os sabores, e os dissabores, da vida.

Sobre a degustação de uma existência.

Sobre a mudança que cada um de nós pode exercer em si mesmo.

Apreciem, tal e qual como um bom vinho!”

Marias Há Muitas

 

“Para o meu primeiro livro nesta iniciativa, não poderia escolher de outro autor senão da Joanne Harris, a minha escritora preferida que me leva a viajar por mundos imaginários que só os sonhadores compreendem! Dela é difícil escolher apenas um livro, é difícil estipular preferências, porém Vinho Mágico foi sem dúvida aquele que me fez voar mais alto, talvez pela altura em que o li ou simplesmente por ser aquele que realmente prefira sem me dar conta disso...

Maria Rapaz

 

“Aconselho o livro, eu estou a adorar ler, tal como gostei de ler o mesmo livro dela o Chocolate. Experimentem este Vinho Mágico...”

Tonta&Maluca

 

“E assim começa esta história, recomendo a todos a leitura deste livro. Quem gostou de Chocolate desta autora, gostará certamente deste também.”

Pequeno Raio de Sol

 

“Longe de pensar que ela teria tal autora na sua estante eis que Vinho Mágico me salta à vista. Peguei e não lhe resisti. Faz já muito tempo que um livro não me vinha parar assim às mãos, como que por magia.”

Grimoire

publicado por Rita Mello às 15:32

12
Fev 09

Carla Herman:

Acordei hoje nas nuvens: pura necessidade de ter ASA (Ops! não uma! mas duas, é claro), e depois voar e observar nas ruas: as casas, nas avenidas: as CARAS (estarão a sorrir como eu?) Mas e quando me cansar de tanta sensação? Escondo-me no meu jardim secreto, bebendo com os olhos o Vinho Mágico (Blackberry Wine) de JOANNE HARRIS.

Joana Isabel Gomes:

Tal como um avião sem ASA ou pessoas sem CARAS, assim seria a minha estante sem os livros de JOANNE HARRIS

 

Ana Cláudia Lopes:

JOANNE HARRIS escreve com o coração: os livros podem ter muitas CARAS, mas os melhores são aqueles que dão ASA(s) à nossa imaginação.

 

Mais informações sobre este passatempo aqui.

publicado por Rita Mello às 16:34

11
Fev 09

O vinho fala. Toda a gente sabe isso. Olhemos à nossa volta. Perguntemos ao oráculo na esquina da rua; ao conviva não convidado num banquete de casamento; ao tolo ingénuo. O vinho fala. Ventriloquiza. Tem um milhão de vozes. Solta a língua, arranca-nos segredos que nunca tencionávamos contar, segredos que nem sequer conhecíamos. O vinho berra, disparata, sussurra. Fala de coisas grandiosas, planos esplêndidos, amores trágicos e terríveis traições. Ri às gargalhadas. Ri suavemente entredentes. Chora perante o seu próprio reflexo. Abre o caminho a Verões de há muito tempo e a memórias que melhor seria esquecer. Cada garrafa um sopro de outros tempos, outros lugares; e cada uma, desde a mais comum Liebfraumilch até à imperiosa Veuve Clicquot de 1945, um humilde milagre. Magia do dia-a-dia, chamou-lhe Joe. A transformação de matéria simples no ingrediente dos sonhos. A alquimia do leigo.

 

Eu, por exemplo. Fleurie, 1962. Último sobrevivente de uma caixa de doze, engarrafado e armazenado no ano em que Jay nasceu. «Um vinho vivaz e gárrulo, risonho e um pouco palrador, com um sabor pungente a groselhas pretas», dizia o rótulo. Não propriamente um vinho para se guardar, mas ele fê-lo. Por nostalgia. Para uma ocasião especial. Um aniversário, talvez um casamento. Mas os seus aniversários passaram sem celebração, a beber tinto argentino e a ver velhos westerns. Há cinco anos dispôs-me sobre uma mesa com castiçais de prata, mas não deu em nada. Apesar disso, ele e a rapariga ficaram juntos. Um exército de garrafas chegou com ela – Dom Pérignon, vodca Stolichnaya, Parfait Amour e Mouton-Cadet, cervejas belgas em garrafas de gargalo comprido, vermute Noilly Prat e Fraise des Bois. Também eles falam, sobretudo disparates, uma palradice metálica, como convidados misturando-se numa festa. Recusámo-nos a ter alguma coisa a ver com eles. Enfiaram-nos no fundo da adega, a nós, os três sobreviventes, atrás das cintilantes fileiras destes recém-chegados, e aí ficámos durante cinco anos, esquecidos. Château-Chalon de 58, Sancerre de 71, e eu próprio. O Château-Chalon, vexado com este esquecimento, finge surdez e frequentemente recusa pura e simplesmente falar. «Um vinho macio de grande dignidade e estatura», cita ele nos seus raros momentos de expansividade. Gosta de nos lembrar a sua antiguidade, a longevidade dos vinhos fulvos do Jura. Dá muita importância a isto, assim como ao seu perfume adocicado e casta única. O Sancerre há muito que avinagrou e fala ainda menos, suspirando ocasionalmente, de modo ténue, pela juventude desvanecida.

 

Continue a ler Vinho Mágico aqui.

publicado por Rita Mello às 12:34

10
Fev 09

 

Surpreenda a sua cara-metade com o pack exclusivo da Joanne Harris com os romances Cinco Quartos de Laranja e Vinho Mágico que a ASA e a Caras têm para lhe oferecer. Saiba tudo sobre este passatempo aqui.

publicado por Rita Mello às 11:17

 

 

Se quiséssemos, com uma só expressão definir este romance de Joanne Harris poderíamos dizer “o poder da magia quotidiana”. Efectivamente a história é-nos contada por uma garrafa de "Fleurie 1962", um vinho vivo e tagarela, alegre e um pouco impertinente, com um acentuado sabor a amoras.

Jay Mackintosh, em tempos um escritor de sucesso, encontra-se em crise, leva uma vida sem sentido e entrega-se à bebida. Até ao dia em que abandona Londres e se instala em França, na aldeia de Lansquenet (a mesma aldeia que serviu de cenário a Chocolate, o primeiro romance de Joanne Harris). A partir daí a sua vida vai modificar-se, nomeadamente por acção da solitária Marise (que esconde um terrível segredo por detrás das persianas fechadas) e das recordações de Joe, um velho muito especial que conheceu na infância e que lhe ofereceu precisamente essa garrafa de propriedades invulgares e misteriosas...

publicado por Rita Mello às 11:10

05
Jan 09

Há cerca de um ano, por altura da edição de Sapatos de Rebuçado, a Waterstone's Books Quarterly publicou uma excelente entrevista com a Joanne Harris, que vos reproduzo em baixo.

 

 

Os livros de Joanne Harris são como o chocolate negro – doces e intensos – e a sequela de Chocolate é um dos seus mais ricos até ao momento.

 

Apesar de Chocolate não ter sido o primeiro romance de Joanne Harris a ser publicado – essa honra pertence a The Evil Seed, lançado cerca de dez anos antes – foi aquele que a introduziu no imaginário do público comprador de livros e que lhe trouxe um enorme sucesso que continua desde então. Agora, oito anos depois, Joanne Harris regressa ao mundo de Chocolate e às personagens Vianne Rocher e à filha Anouk em particular, no seu mais recente romance, Sapatos de Rebuçado. Joanne Harris teve sempre a intenção de escrever uma sequela da sua obra mais famosa?

 

“Não de todo”, refere a escritora a partir da sua casa em Huddersfield. “Em primeiro lugar, não considero que seja uma sequela, e apenas teria escrito uma continuação se já soubesse o que ia acontecer. Acho que precisava que passasse um certo tempo antes de ter outra história para escrever sobre estas personagens.”

 

publicado por Rita Mello às 14:53

22
Dez 08

O meu dia normal começa por volta das sete da manhã. Não consigo ficar na cama – fui professora durante tantos anos que ainda acordo automaticamente, quer queira ou não. Não funciono bem de manhã sem chá, por isso faço algum e levo-o para a biblioteca. É aí que eu gosto de trabalhar; é um sítio calmo e tem uma vista maravilhosa, apesar de ainda estar a habituar-me a ter um sítio só para mim. Durante muito tempo não tive uma secretária e costumava escrever num portátil no chão da sala de estar. Actualmente, ainda uso um portátil e ainda trabalho no chão, apesar de já ter uma secretária. É uma secretária de escola da época vitoriana, com um tinteiro e um tampo, e é ridiculamente pequena. Toda a gente se ri dela, mas acho que me fica melhor do que uma secretária séria, com um mata-borrão e um fax.

 

O meu trabalho rende mais de manhã, especialmente no Verão. No Inverno fico deprimida e letárgica, sendo muito difícil para mim trabalhar, por isso grande parte do meu trabalho é realizado entre Março e Novembro. Sou muito sensível ao tempo e às estações, e isso afecta o modo como (e se) trabalho. Não fico angustiada com isso; consigo ver geralmente em meia hora se o meu dia vai ser produtivo, e se não estiver com vontade, não trabalho. Em vez disso, vou ao ginásio ou vejo um filme ou então vou dar um passeio a pé. Não conto as páginas que faço e não trabalho seguindo um horário de trabalho. No entanto, fico muito nervosa quando não escrevo, ou não o consigo fazer. A minha motivação tem a ver com necessidade e não com disciplina. Detesto prazos e faço de tudo para os evitar, é por isso que sou tão reservada em relação ao meu trabalho em progresso, até mesmo para a minha agente.

 

Desde que escrevi Chocolate, que foi quando deixei a docência, que publico um livro por ano. Isso não quer dizer que escreva um livro por ano – alguns levam mais tempo do que outros, e, de qualquer modo, os meus livros nem sempre foram publicados pela ordem de escrita. Por exemplo, comecei a escrever Na Corda Bamba antes ainda de Chocolate, e ia pegando nele e pondo-o de lado durante cinco anos até achar que me sentia pronta para o terminar. Vinho Mágico e Cinco Quartos de Laranja também não foram publicados pela ordem de escrita. É muito comum ter vários projectos a decorrer ao mesmo tempo. Posso estar a trabalhar numa coisa durante um par de meses e depois mudar para outra completamente diferente – ou porque preciso de fazer alguma pesquisa, ou porque preciso de mudar de ares, ou apenas porque não sei o que vai acontecer a seguir. Tenho um par de projectos onde me posso refugiar quando necessito de uma pausa do meu trabalho em progresso, e que podem nem sequer ser entregues à minha editora. No entanto, acho que esta alternância me ajuda a manter a concentração no trabalho, bem como a manter a minha mente flexível.

 

Às vezes apetece-me fazer algo mais pequeno ou completamente diferente. Os contos são um excelente meio para manter estes impulsos sob controlo, e é por isso que os meus abrangem tantos temas – do western à ficção científica. Costumo escrever mais coisas deste género durante o Inverno, e é por isso que muitos deles são sombrios e selvagens. Ou talvez seja apenas a minha maldade intrínseca a procurar um escape.

 

São poucas as ideias que vêem ter comigo enquanto estou à secretária. Geralmente sou eu que vou ter com elas – quando estou a viajar ou, simplesmente, a falar com pessoas e a ver o que fazem. Os comboios e os aeroportos são muito bons para isto; e ando sempre com pequenos blocos de nota nos quais aponto o que vi ou ouvi. Eu acho as pessoas tremendamente fascinantes, e um dos aspectos maravilhosos deste trabalho é a oportunidade que me dá de conhecer diferentes tipos de pessoas em ambientes bastante variados. No entanto, o processo de escrita é essencialmente solitário. Se tiver de ser, consigo escrever em comboios, aeroportos e, até mesmo, no quarto de brincar da minha filha, mas prefiro fazê-lo quando estou sozinha.

 

Sendo linguista e compositora, sou sensível às notas e aos ritmos das palavras, ao comprimento variável das frases e aos sons característicos de diferentes vozes. Algumas palavras soam-me muito mal e eu não as uso – os meus editores americanos pedem-me muitas vezes para mudar algumas palavras e expressões para a edição americana, mas às vezes acho que alguns americanismos estão desajustados em relação ao resto, e eu não gosto de fazer essas alterações. Leio muitas vezes as minhas páginas em voz alta; é a única forma que tenho de saber se realmente consegui evocar o que pretendia; se uma frase soa mal quando lida em voz alta eu livro-me dela.

publicado por Rita Mello às 16:56

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